quarta-feira, 17 de agosto de 2011

POEMA DA VIDA EM QUATRO ATOS (ATO IV: SENILIDADE )

Finalmente consegui terminar as quatro etapas do poema, como me propus. Não sei se ficou bom ou ruim, no final das contas. Mas é minha produção e eu gostei dela de qualquer jeito...





Corre o tempo, na medida inversa dos meus sonhos e desejos
Se foram os filhos, as farras e o trabalho: estou aposentado
A pele flácida, as rugas, mas a beleza da vida ainda cortejo
O fulgor da alma permanece, apenas num corpo meio arqueado.

São viagens e livros e passeios e festinhas... Ah! E os netos!
Novas emoções que experimento da vida nessa nova etapa
E recordações e memórias do passado - uma ou outra me escapa
Tantas histórias, tantos fatos - me alertam alguns por incorretos.

Se vai o meu amor, minha companheira, e tenho a vida por traiçoeira
Supero. Já superei tanto! Ficam minhas muitas sementes por acalanto
A agitação da juventude dantes, se converte numa vida bem caseira
Mas não reclamo - ao contrário, sou grato por ter vivido tanto.

A visão é turva. Os movimentos lentos. A audição, então, mínima.
É tanto "hein?", "quê?", "como?", que eu mesmo rio desse ser desgastado
Passa mais o tempo, que contemplo numa perspectiva mais e mais íntima
Fecho os olhos. É a última viagem. Até o fim, não sei se estou preparado...

(17 de agosto de 2011)

3 comentários:

  1. Cara...gostei! Nunca tinha lido nenhum escrito seu. parabéns!
    Se puder da uma olhada no blog de cultura Nerd em que as vezes escrevo.
    http://nerdetc.blogspot.com/

    Paz!

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  2. Boa noite, posso copiar um trecho para colocar em um trabalho de graduação?

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    1. Olá! Claro que pode! Citando a autoria, não há problema. Fiquei curioso sobre o trabalho. Pode me contar mais depois, pra eu entender? Grato! Sucesso!

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