segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ESPELHO VAZIO

Pensamentos, dúvidas, questionamentos, mudanças... e um novo poema-produto...


Sou poeta e como tal, fujo de mim
Para encontrar-me, perdido e insano,
Entre as letras que vêm à luz de meus dedos
E deitam no leito branco, frio e plano.


Como poeta, finjo que sou o que queria ser,
Talvez um dia, talvez nunca, vai saber.
Mas sou poeta e busco a palavra indócil domar,
Esta, Pégaso que reage e me derruba a voar.


Na minha poesia exploro o obscuro que encaro,
Perscruto cada minúcia desse mistério: a vida.
Só encontro mais perguntas e respostas desacolhidas
Enquanto sigo, passos tortos, na busca do que me é caro.


Qual seja: saber o que sou, como sou e por que sou,
Que sentido há no negro cosmo que à noite admiro.
Talvez não existam respostas, como sempre se achou
E o Universo, apenas um grande espelho vazio onde me miro.


(05 de setembro de 2011)