domingo, 18 de março de 2012

ENSINAR, EDUCAR, LECIONAR?

Poema que fiz para a reunião de planejamento da Escola Municipal Rotary, em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias/RJ, onde trabalho, a pedido da Equipe de Orientação...


Ensinar, educar, lecionar?
Não sei qual o mais correto,
Pois do outro não sou arquiteto,
Gosto de ver o outro pensar.


Falta tinta, falta água, falta luz.
Não pode faltar o mais precioso,
Que é perceber um pequeno orgulhoso
Mostrando o brilho que seu olhar reluz.


Sou professor, um bicho mutante
Que elogia, dá bronca, encara, acalenta.
Que às vezes, na bronca, ri, não aguenta,
Enfim, aquele que sonha a cada instante.


Sou professor, mas o que sou então?
Um garimpeiro dos sonhos da vida?
Pessoa fraca, forte, hesitante, aguerrida?
Reticências, dois pontos, exclamação?

Sou professor, mas, o que isso diz?
Vagar entre pó e quadro e apagador?
Ser calado, efusivo, recatado, questionador?
Ou ser na vida um ensinante-aprendiz?

Deixo as respostas suspensas no ar,
Pois no final são poucas as minhas.
Do contrário, seria só uma erva daninha,
Intrusa no jardim das flores do sonhar.

(14 de março de 2012)

sexta-feira, 9 de março de 2012

BAR, MÚSICA & SONHOS

Um poema recente que aguardava ser jogado aos tubarões do Oceano... Escrevi num dia em que estava num bar próximo à minha casa, com meu amigo Helismar Azevedo: bebíamos e conversávamos...



No bar, enquanto bebo minha cerveja
A música me invade os ouvidos.
Traz sentimentos, memórias, emoções,
De sonhos antigos e planos recentes.


E, no ritmo da melodia, me pego descrente
De que possa mudar algo com minhas ações,
Ou reconstruir velhos sonhos ruídos
No mar de loucura que minha mente veleja.


E, por mais difícil que prosseguir seja,
Sigo na marcha, de alguns sonhos munido,
Escolhendo entre caminhos e bifurcações
Que se abrem e se estendem à minha frente.


Busco não me afogar no mar de minha mente,
Enquanto velejo, à deriva em divagações,
Das quais às vezes saio de peito ferido,
Pelos sonhos loucos que meu coração almeja.

Rio, 23 de fevereiro de 2012.

terça-feira, 6 de março de 2012

CÂNTICO À LUA

Uma homenagem à beleza da Lua e sua luz, tão linda nos últimos dias, iluminando os meus caminhos...



Daqui te observo e te admiro:
Bela Lua no céu a se exibir.
Me embriago em tua luz a cair
Enquanto viajo, sonho, deliro.


Desce, Lua, e vem dar-me a mão
Caminharemos juntos na rua escura
Entorpecido eu por fogo e paixão
Por terdes vindo à mim, bela Lua.


Se alguma névoa esconder tua face,
Que não demore, seja passageiro,
Que ligeiro se retire teu disfarce
E eu possa te rever, sentir teu cheiro.


Então, que eu possa ficar ao teu lado,
Uma estrela a te acompanhar no céu
E seguir-te pelo infinito carrossel
De mãos dadas, por tua luz iluminado.

(06 de março de 2012)