Cresci de repente, de pequenino a grandalhão num instante
Vou seguindo a vida, com poucas certezas e mais responsabilidade
O menino que era já passou, apenas um retrato na estanteMas dele ficou a essência: um menino grande, de mais idade.
Já não brinco tanto: trabalho. Tenho namorada, emprego e salário
Acordo cedo, pego o ônibus ou o carro, enfrento engarrafamento
Ando, corro, falo, paro, escuto, resmungo, declamo meu corolário
Tenho papel, caneta, pasta, cartão de crédito, endividamento.
Antes era a comida gostosa da mamãe, agora miojo com empanado
Casa pra limpar, trabalho por fazer, conta pra pagar: todo enrolado
Era o brincar na rua sem compromisso, agora o mercado concorrido
Quando surge em meio a rotina o sorriso do garoto quase esquecido.
O primeiro cabelo branco! Ai que desespero, estou envelhecendo!
E vem namoro, casamento, filhos, fraldas, médicos, remédios e contas
Férias (curtas), fins de semana, cerveja no bar, amigos e... Ai! A conta!
E um reflexo no espelho, já grisalho, onde percebo-me: sigo vivendo.
(16 de agosto de 2011)
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