Hoje concluí o segundo poema da série sobre o ciclo da vida, abordando a segunda etapa pela qual todos passamos...
Olho tudo ao meu redor, curioso e atento
Não compreendo onde estou, quem são vocês
Até que um dia, repleto de desfaçatez
Me viro e me arrasto, pequeno réptil, bem lento.
Já não paro, apoiado nas mãos e pernas pelo espaço
Ainda mais curioso, toco, mexo, reviro o que acho
Desafiante, ergo-me sob os pés e liberto os braços
Assim ando, corro, caio, choro e levanto-me com despacho.
Depois a bola, o pega-pega, o esconde-esconde, a bicicleta
Caindo e levantando, rindo e brigando, aprendo passo-a-passo
Enquanto o mundo encolhe, a cada travessura que faço
Mas minha curiosidade não some, sempre maior e irrequieta.
Vejo-me então a meio caminho, entre o bebê e o futuro homem
Sou plena mutação e inconstância, de corpo, mente e alma
Vagando entre a certeza e a incerteza que assim me consomem
Pela primeira vez vejo o tempo acelerando, escorrendo por minha palma.
(15 de agosto de 2011)
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