quinta-feira, 7 de abril de 2011

VENTO SUL

Depois de um bom tempo sem inspiração pra escrever qualquer coisa, hoje, com uma série de mudanças na minha vida a caminho e um delicioso cabernet sauvignon chileno à mão, sendo degustado ao sabor de uma bela e fria brisa polar da janela do terraço, finalmente me inspirei...

Vista da Igreja da Penha à noite
Sopra essa noite um vento frio do sul
Que me arrepia a pele e liberta o pensamento,
A admirar a cidade, coberta de um escuro azul,
Fugindo de mim mesmo, às estrelas, por um momento.

Esse vento polar de abril acaricia minha face
E sussura em meus ouvidos uma melodia suave e triste
Que me leva a olhar e pensar sobre tudo que existe
Enquanto uma melancolia me toma o coração, sem disfarce.

Um não-sei-quê de tristeza, de agonia, de saudades
Uma vontade de cruzar o firmamento num instante
E alcançar aquela estrela lá no céu, tão distante,
Em que me espelho: um brilho de vida e possibilidades.

E cá na terra, um mar de estrelas estáticas de bilho falso
A inundar a baixada, e o morro, e o mar, e a Ilha lá ao fundo
Cada uma a guardar outro olhar errante, em pedestal ou cadafalso,
Enquanto segue a vida, em sua marcha infinita, a mudar o mundo.

(07 de abril de 2011)

Um comentário:

  1. Michel,
    Não é triste, nem alegre, nem legal, nem interessante.
    Achei bastante nostálgico e lindo! Bem geógrafo observando o mundo por dentro da alma.

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