Grito em palavras mudas
Sentimentos polissílabos,
Que se expressam no silêncio
De uma branca lauda,
Pouco a pouco.
E viajo, estático, dentro em mim
Nadando num mar de letras revoltas
Que se chocam, se fundem, se unem
E formam sílabas e palavras e frases
Que fluem de mim para outros.
Assim eu formo e reformo
Todo o conteúdo desse invólucro:
Frágil, quebradiço, vil, maciço.
E então eu me transformo:
Forte, consistente, sereno, consciente.
O plano papel em branco assim se preenche
De todo um mundo infinito e etéreo
De odores, e cores, e flores, e amores
Que de plano a multidimensional transmuta:
Alquimia de sentimentos e ideias e valores.
Derramo pela celeste pauta de minha pele-celulose
Um suor de vocábulos que escorre folha abaixo,
A esculpir em cada letra que se une e justapõe
Uma figura disforme, que se amolda e sobrepõe
A mim, que enfim, no correr do léxico, me acho.
(25 de agosto de 2010)
Meu amigo,
ResponderExcluirESpero que estejas bem!
Muito bom gosto este poemas!
Parabéns!
Abração,
Gil.