terça-feira, 17 de agosto de 2010

TEMPO

Os últimos acontecimentos da minha vida têm-me permitido amadurecer, refletir sobre coisas que sempre evitei refletir, encarar alguns erros, algumas verdades. E, por trás de tudo, sempre a mão desse deus pagão velho e imortal, bom e mal, que segura as chaves de vidro da verdade... o tempo. Assim nasceu o meu novo poema, que vem seguido de um do velho mestre chileno...



Passa o tempo sobre mim
E me marca, me ensina,
Me mostra quem sou e o
Que busco - minha sina.

Em cada marca no rosto,
Em cada rasgo no coração,
Vem Cronos tocar meu peito:
Velho e triste, em solidão.

E passam os dias, as horas
Sem que eu deixe de questionar
A mim mesmo, ontem, agora...

E já cansado de meu caminhar,
Me esvaio, areia a escorrer,
Grão a grão, num tal de viver.

(17 de agosto de 2010)

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