Esse poema é especial. Primeiro, porque saí dos sonetos, que repetidamente brotam de meus dedos, mesmo sem eu querer. Segundo, porque acho que resumi bem uma característica típica do meu espírito: a inconstância.
Metade de minha vida é lago
A outra metade é mar.
Como lago, navego em águas calmas,
Tranquilo e sereno ao gosto da brisa.
Como mar, viajo em águas revoltas,
Ao sabor da incerteza das tormentas.
Como lago, posso pescar calmamente
E saborear cada peixe em plena brasa.
Como mar, não sei qual o rumo certo,
Nem posso esperar a pesca merecida.
No lago, planejo, espero, tenho certeza
De que a cada légua o céu terá clareza.
Em alto mar, as nuvens negras corrompem
Todo conhecimento dos ventos e das estrelas.
Como lago, sei exatamente onde o rumo
Certo da brisa mansa me há de levar.
Como mar, somente o medo de monstros e seres
Que me podem a própria vida arrancar.
Frente ao lago, me aquieto.
Encarando o mar, só desassossego.
No barco ao lago, me sento e acalmo.
Na fúria do mar, para controlar o leme, me ergo.
(09/02/2009)
Adorei os seus poemas! Não sabia do seu tino poético, mas fiquei muito feliz por ele. Continue lançando no papel toda a sua inspiração e sentimentos. Um abraço,
ResponderExcluirKatia Viula