domingo, 12 de dezembro de 2010

QUANTO PESA O VENTO

No calor de hoje aqui no Rio de Janeiro, senti o vento do meu terraço, vieram lembranças, sentimentos, sensações e tive inspiração de escrever sobre ele e as sensações que seu toque me traz...

("Menina do vento", pintura obtida no site http://www.flickr.com/photos/pedraluz/3436322664/in/photostream) 

Não te vejo, mas te sinto
Teu sopro delicado na minha pele à tarde
Te procuro, mas não te acho
Apenas tuas mãos invisíveis a carregar
Balões e pipas e urubus e aviões pelo ar

Procuro tua voz, mas apenas te ouço
Teu assobio suave, sempre triste e melancólico
Entrando pela minha janela junto à chuva
Estico minhas mãos, mas foges por entre meus dedos
Escapas por entre as fendas das minhas digitais

Apenas teu cheiro me impregna, fica em mim
Preso à minha pele e à minha roupa
Remetendo à terra molhada de chuva da minha infância
Ou à poluição do ar da cidade suja onde vivo
Ou ao verde do campo para onde gostaria de ir

És assim um companheiro eterno, uma sombra invisível
Que acompanha meu ser de perto, desde sempre
E que sopra aos meus ouvidos conselhos de liberdade
Acariciando meus cabelos quando te sigo e te procuro
A tomar-me pelas mãos e levar-me em teus leves braços

Para fora, para a rua, para conhecer o mundo...

(12 de dezembro de 2010)

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