segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

LOUCOS E SANTOS

Estava baixando os áudios do Juca de Oliveira, no Devaneio da Band News FM, quando me deparei com esse poema do velho mestre inglês, que me fascinou por ser uma descrição perfeita de mim mesmo. Salve Wilde...!



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tom inquietante.
Eu não estou interessado no bom humor ou nos maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero ser revisto.
Que me tragam dúvidas e medos e agüentem o que há de pior em mim.
Mas isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe chorar junto.
Meus amigos são todos assim: meio bobos, meio sérios.
Não quero risos previsíveis, nem lágrimas de compaixão.
Quero amigos sérios, que façam da realidade sua fonte de conhecimento, mas lutem para manter viva a fantasia.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade criança, metade velhos!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Então, ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(poema atribuído a Oscar Wilde)

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