sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

MINHA POESIA, UM MAR

 

Estava revendo os poemas no meu arquivo aqui no laptop, sem inspiração pra escrever… Percebi que recorrentemente aparece um elemento marcante nos meus escritos, como nesse inédito aqui no Oceano: o mar… Talvez porque, não sei, ele retrate um pouco minha personalidade, minha mente, meu modo de pensar… vem e vai, ondula (não segue reto), varia entre manso e revolto, é atraído multiplamente (a Terra, a Lua, o Sol), é fluido (nem duro demais como um sólido, nem disperso demais como um gás), não tem uma forma fixa (se adapta ao recipiente, ao litoral, à profundidade)…

 

© Boogieelephant (Anton Katkov) | Dreamstime.com

navio-de-papel-thumb15621028Minha poesia é um mar,
Num vai e vém sem fim
De um eterno redescobrir-se:
Insana, triste, revolta...

As ondas de letras se jogam
Contra as praias de linhas vazias
E as preenchem em marés constantes
De palavras que fluem e refluem.

Sou eu assim um almirante louco,
Que guia seu navio por águas inconstantes
A perder de vista o continente, pouco a pouco.

Ao sabor do eterno fluxo do verbo a bailar,
Eu exploro a mim mesmo e me descubro: um náufrago!
Que no turbilhão, mergulha em si para se encontrar.

(05 de agosto de 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário