segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SOBRE SER POETA

Desta vez, tentei uma experiência nova por aqui: recitar um poema meu. Inspirei-me no quadro "Devaneio" da Band News FM, com o Juca de Oliveira, e fiz um pequeno vídeo também.


Ser poeta é ser um escultor de palavras
Estar frente a frete com um bloco sólido
De letras caóticas, desordenadas e confusas
E com a ponta do lápis ou dos dedos no teclado
Ir acariciando-as, domando-as, esculpindo o poema.

Ser poeta é ser um eterno estranho a si mesmo
É buscar conhecer-se a cada momento, sem poder
É navegar em mares arredios de um coração mutante
E explorar novos e infinitos continentes de ideias
Viver infinitos sentimentos, emoções, personalidades.

Ser poeta exige, sobretudo, sensibilidade
Observar, sentir, ouvir, emocionar-se e chorar
Mas também sorrir e rir e cheirar e degustar
Exige entregar-se à emoção de uma nova descoberta
Ou à sensação de uma brisa fresca no rosto.

Ser poeta, enfim, é ser algo disforme, algo dissonante
Acomodar-se às formas das sensações que se apresentam
Dissonar dos velhos cânticos que todos cantam igualmente
Ser poeta é ser como o vento, a circular, sibilar, revoar
Ser e não ser, amar e não amar, morrer e reviver, existir e sonhar.

(18 de dezembro de 2010)

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