
Não sei qual o mais correto,
Pois do outro não sou arquiteto,
Gosto de ver o outro pensar.
Falta tinta, falta água, falta luz.
Não pode faltar o mais precioso,
Que é perceber um pequeno orgulhoso
Mostrando o brilho que seu olhar reluz.
Sou professor, um bicho mutante
Que elogia, dá bronca, encara, acalenta.
Que às vezes, na bronca, ri, não aguenta,
Enfim, aquele que sonha a cada instante.
Sou professor, mas o que sou então?
Um garimpeiro dos sonhos da vida?
Pessoa fraca, forte, hesitante, aguerrida?
Reticências, dois pontos, exclamação?
Sou professor, mas, o que isso diz?
Vagar entre pó e quadro e apagador?
Ser calado, efusivo, recatado, questionador?
Ou ser na vida um ensinante-aprendiz?
Deixo as respostas suspensas no ar,
Pois no final são poucas as minhas.
Do contrário, seria só uma erva daninha,
Intrusa no jardim das flores do sonhar.
(14 de março de 2012)